Movimento Anti-Colonialista (MAC)
Em dezembro de 1957, em Paris, vários nacionalistas das colónias portuguesas que estudavam na Europa reúnem para analisar a evolução da luta anticolonial. Desta reunião sairá a fundação do Movimento Anticolonialista (MAC), agrupando ativistas ligados sobretudo à Casa dos Estudantes do Império e também ao MUD Juvenil, ao PCP ou ao Clube Marítimo Africano. O MAC tem relações orgânicas com um grupo radicado em Paris (Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Aquino de Bragança) e outro na Alemanha (Viriato da Cruz, Carlos Horta e Luiz de Almeida). Para além dos citados, o Movimento contava ainda com a participação de Agostinho Neto, Edmundo Rocha, Lúcio Lara, Amílcar Cabral, Carlos Pestana, Guilherme do Espírito Santo ou Iko Carreira.
A atividade do MAC será pouco efetiva em Portugal e desenvolver-se-á sobretudo no estrangeiro. Na II Conferência dos Povos Africanos, realizada em Tunes em janeiro de 1960, é finalmente feita a apresentação internacional do MAC. No entanto, é também esta a ocasião que marca a sua dissolução, dando lugar à Frente Revolucionária Africana para a Independência Nacional das Colónias Portuguesas (FRAIN).
Apesar da sua breve existência, o MAC deu um importante impulso e suporte teórico à luta anticolonial, tendo sido um marco da unidade pan-africanista. O seu Manifesto de 1957 constituiu-se como um programa de ação e uma estratégia comum para os movimentos de libertação das colónias portuguesas, sendo considerado por Amílcar Cabral “o prefácio da nossa luta, a linha geral da luta que travamos hoje vitoriosamente contra o colonialismo português”.
Imagem: Rabat Kesha (ANC), Marcelino dos Santos (CONCP, FRELIMO), Amália Fonseca (CONCP, PAIGC), Nelson Mandela (ANC), Mário Pinto de Andrade (CONCP, MPLA) e Aquino Bragança (CONCP). Rabat, março de 1962