Henrique Galvão
#Nestedia, 16 de janeiro de 1959, Henrique Galvão, com perto de 64 anos de idade e condenado a 19 anos de prisão, punha-se em fuga do Hospital de Santa Maria em Lisboa.
Depois do alinhamento com o Estado Novo e o desempenho de vários cargos públicos de relevo, Henrique Galvão romperia com o regime e tornar-se-ia num dos principais rostos da oposição, considerado, a dado momento, como o “inimigo n. º1” da ditadura..
Na sua prisão, após participação na “Intentona da Rua da Assunção” em 1952, passa pela cadeia de Caxias e pelo Aljube.
Em 1955, após várias tentativas de fuga goradas – do presídio militar da Trafaria, da Penitenciária de Lisboa, da cadeia de Peniche e do hospital de Santa Marta – é internado no Hospital de Santa Maria sob fortes medidas de segurança.
Apesar da apertada vigilância de agentes da PIDE, durante a madrugada de 16 de janeiro de 1959, Henrique Galvão foge do Hospital de Santa Maria e, dias mais tarde, refugia-se na Embaixada da Argentina que que o acolhe durante três meses.
Em maio, munido de um salvo-conduto emitido pelo Governo português, embarca em direção a Buenos Aires. Estabelecer-se-ia, depois, na Venezuela onde participaria no Diretório Revolucionário Ibérico de Libertação (DRIL) e pouco tempo depois protagonizava aquela que viria a ser uma das ações que mais abalaria o regime: o assalto ao Santa Maria, no início de 1961 e de que falaremos nos próximos dias.