Cartaz do MUD,1945.

Ilegalização do MUD

01 Março 2023

“Do posto de honra, que a vontade colectiva nos confiou, encarámos desde há muito a negra possibilidade da hora presente! Não nos pesa na consciência, porém, havê-la provocado; ao contrário, julgamos que em todos os momentos havemos sido dignos da missão. (…) Democratas, amigos da Liberdade, nossos amigos, o momento é grave, sem dúvida, mas cumpre reagir com ânimo viril. (…) Nada está perdido! O caminho andado só fez com que nos aproximássemos da vitória (…).” 

No dia 1 de março de 1948 o Movimento de Unidade Democrática (MUD) reagia desta forma à notificação na PIDE de um despacho, datado de abril de 1947, onde se considerava o MUD ilegal, por nele colaborar “o chamado Partido Comunista”. Na representação que fez ao governo, assinada por personalidades como António Sérgio, Maria Isabel Aboim Inglês, Manuel Mendes ou Gustavo Soromenho, os signatários notavam que a ausência de assinatura de Tito de Morais se devia ao facto de continuar detido no Aljube e reclamavam a sua libertação, bem como a de todos os detidos que se encontravam naquela situação por pertencerem ao MUD. 

Criado em outubro de 1945, numa sala do Centro Escolar Republicano Almirante Reis, o MUD reunia figuras de vários quadrantes e foi considerada a mais importante e ampla organização legal de unidade antifascista. A sua ilegalização foi o ponto final na perseguição que começara em 1946, pouco depois da sua constituição, e que levara à prisão de vários dos seus membros e despedimento de figuras de relevo como foi o caso de Bento de Jesus Caraça, demitido da cátedra universitária. Não impediu, no entanto, como aqui vimos recentemente, o apoio à candidatura de Norton de Matos às eleições de 1949. 

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