Revista “O Tempo e o Modo”, nº 73
Em novembro de 1969, #nestedia 28, o número 73 da revista “O Tempo e o Modo”, sob a direção de João Bénard da Costa, marcava o início de uma nova série e de uma nova fase na vida da revista.
Surgida em janeiro de 1963, “O Tempo e o Modo”.
Revista de Pensamento e Acção” afirmar-se-ia com uma das mais importantes publicações da segunda metade século XX português e um espaço de debate, de intervenção, de oposição à ditadura. Na sua génese estão os chamados católicos progressistas críticos do salazarismo, como António Alçada Baptista, o seu primeiro diretor, João Bénard da Costa, Pedro Tamen, Alberto Vaz da Silva, Nuno Bragança e Mário Murteira, socialistas laicos, como Mário Soares ou Salgado Zenha, e uma geração vinda das lutas estudantis de 1962 como Jorge Sampaio, Medeiros Ferreira ou Manuel de Lucena.
Ao longo da década de 60 a revista abre-se a outras sensibilidades políticas, é influenciada pelos ventos do Maio de 1968 francês e, entre 1967 e 1969, empreende uma viragem à esquerda. “O Tempo e o Modo” passará por várias adversidades, e num mundo em mudança, na década de 70, afastar-se-á da sua matriz inicial. Após o choque entre correntes opostas e o afastamento de Bénard da Costa, “O Tempo e o Modo” enveredaria por uma linha maoista, aproximando-se do entretanto criado MRPP.