José Vaz Rodrigues
(Corte do Pinto, Mértola, 01.01.1907 — Coimbra, 05.11.1948)
José Vaz Rodrigues, filho de António Vaz e de Emília Rodrigues, nasceu no Alentejo, em Corte do Pinto, Mértola, a 1 de janeiro de 1907.
Empregado de comércio e serralheiro mecânico, residente em Lisboa, era militante anarquista – ligado à Confederação Geral do Trabalho (CGT) e ao grupo «Propaganda e Estudos Sociais» – e esteve envolvido nas preparações da greve geral insurrecional de 18 de janeiro de 1934.
Foi preso «quando distribuía manifestos contra a situação», seguindo para a Prisão do Aljube a 4 de agosto e a 22 de novembro de 1934 para a Prisão de Peniche. Antes, a 9 de junho de 1934, fora julgado e «condenado à multa de 7.200$00 [que] não sendo paga no prazo legal será convertida em prisão correcional à razão de 20$00 diários [correspondentes a trezentos e sessenta dias] e perda de direitos políticos por 5 anos». A 6 de maio de 1935 é «restituído à liberdade».
José Vaz Rodrigues participou no atentado contra o presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, de 4 de julho de 1937 em Lisboa. Posto à disposição da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) pela Polícia de Segurança Pública (PSP) a 13 de abril de 1938, terá sido violentamente torturado.
A 15 de janeiro de 1939, foi condenado pelo Tribunal Militar Especial a uma «pena de quatro anos de prisão maior celular, seguida de degredo por 12 [anos] ou, em alternativa, de 23 anos e oito meses de degredo em possessão de 2.ª classe».
Em março de 1939, deu entrada na Penitenciária de Coimbra para cumprir a pena. A violência que se abatera sobre os suspeitos de envolvimento no atentado fora particularmente brutal e José Vaz Rodrigues não resistirá aos maus-tratos e ao longo período de prisão, morrendo a 5 de novembro de 1948, com 41 anos.