Manuel Simão Júnior
(Silves, 1914 — 1946)
Manuel Simão Júnior, filho de Manuel Simão e de Inácia Correia, era natural de Silves e desconhece-se a data de nascimento exata, embora
se admita que possa ter nascido em 1914.
Residente em Silves, era servente de pedreiro e foi preso a 2 de março de 1934, vindo do Comando da Polícia de Faro. A detenção, segundo a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), devia-se ao facto de Manuel Simão Júnior ter ido a Monchique comprar dinamite para o fabrico de bombas que se destinavam a ser lançadas sobre a Guarda Nacional Republicana (GNR) durante a greve insurrecional de 18 de janeiro de 1934. Segundo o Registo Geral de Presos da PVDE escondeu-as «em sua casa, recebendo depois mais 19 bombas que escondeu também num cano de esgoto, por ocasião dos acontecimentos em questão».
Julgado no Tribunal Militar Especial a 14 de maio de 1934, foi condenado a dez anos de degredo com prisão numa das colónias e multa de 20.000$00. Entregue ao Governo, foi deportado a 23 de setembro de 1934 para a Prisão de Angra do Heroísmo, nos Açores.
A 9 de junho de 1943, segue para a Prisão de Peniche e, a 4 de setembro de 1944, é transferido para a Prisão do Aljube, onde foi de novo violentamente torturado, baixando à respetiva enfermaria a 2 de outubro de 1944.
A 17 de agosto de 1945, foi finalmente «restituído à liberdade condicional», onze anos e meio após ter sido preso. No entanto, em resultado dos maus-tratos e das violências sofridas nas prisões, viria a morrer pouco depois, em 1946 aos 32 anos.