Chipóia Magita
(1916, Moxico, Angola — Praia, Cabo Verde, 13.05.1970)
Chipóia Magita foi, que se tenha conhecimento, o único angolano preso no Tarrafal – reaberto em 1961 com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom – a morrer realmente em Cabo Verde, já que António Marques Monteiro morre em Luanda, dois anos e meio depois de ter saído do Campo de Concertação do Tarrafal, e António Pedro Benge morrerá em Lisboa, para onde fora transferido por motivos de saúde.
Chipóia Magita terá nascido em 1916 no Luso, Moxico, em Angola. É preso, na companhia de um sobrinho, juntamente com outros elementos da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Acusado de pertencer à UNITA e condenado pelo Tribunal Militar a uma pena de prisão de três anos e meio, dará entrada no Tarrafal a 8 de agosto de 1969. Diabético, viu a sua saúde deteriorar-se seriamente com os maus tratos e as más condições ali encontradas. Num estado já de grande fragilidade, é levado para o Hospital da Praia, onde havia estado internado tempos antes.
Morreu a 13 de maio de 1970 naquele hospital, ao que tudo indica na sequência de uma tuberculose pulmonar e acidose diabética. Teria 54 anos e foi sepultado numa vala comum.