Encontro sobre a memória da Revolução Portuguesa (1974-75)
Em vésperas do cinquentenário do 25 de Abril, como forma de celebração do “dia inicial inteiro e limpo”, o Museu do Aljube Resistência e Liberdade convida à reflexão e discussão sobre a memória da Revolução Portuguesa (1974-75).
Os debates e representações destes anos refletem inevitavelmente os campos em disputa política naquele período histórico e a respetiva correlação de forças. A complexidade daqueles meses, a ampla participação popular, a profundidade das transformações, a densidade e sucessão de acontecimentos, a (ainda) relativa proximidade temporal coloca desafios e contribui, por outro lado, para a compreensão do passado e do presente.
Com este encontro pretende-se refletir sobre as formas como têm vindo a assumir as evocações deste período histórico fundador da democracia portuguesa no campo das ciências sociais, em especial historiográfico, nas políticas e usos públicos da memória, no senso comum e memória social ou na comunicação social.
Com a participação de Alice Samara, Fernando Rosas, Francisco Bairrão Ruivo, Maria Inácia Rezola, Miguel Cardina, Sónia Vespeira de Almeida.
PROGRAMA
10:00 Abertura
10:15 Fernando Rosas
10:45 Debate
11:15 Maria Inácia Rezola
11:45 Sónia Vespeira de Almeida
12:15 Debate
13:00 Pausa para almoço
14:30 Alice Samara
15:00 Francisco Bairrão Ruivo
15:30 Miguel Cardina
16:00 Debate
17:00 Encerramento
Biografias
Fernando Rosas (Lisboa, 1946) é professor catedrático jubilado no departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Investigador no Instituto de História Contemporânea da mesma instituição, do qual foi fundador e Presidente da Direcção entre 1994 e Fevereiro de 2013.
Entre 1988 e 1995, integrou o conselho de redacção da revista Penélope – Fazer e Desfazer a História. Entre 1994 e 2007, dirigiu a revista História. Publicou variadíssimas obras como autor, dirigiu, coordenou e é co-autor de muitas outras na área da sua especialidade (História do século XX), entre elas: As primeiras eleições legislativas sob o Estado Novo: as eleições de 16 de Dezembro de 1934, (1985); O Estado Novo nos Anos 30. Elementos para o Estudo da Natureza Económica e Social do Salazarismo (1928-1938), (1986); O salazarismo e a Aliança Luso-Britânica : estudos sobre a política externa do Estado Novo nos anos 30 a 40, (1988); Salazar e o Salazarismo (co-autor), (1989); Portugal Entre a Paz e a Guerra (1939/45), (1990); Portugal e o Estado Novo (1930/60), (co-autor), (1992); História de Portugal, vol. VII – O Estado Novo (1926/74), (1994); Dicionário de História do Estado Novo, (dir.), (1995); Portugal e a Guerra Civil de Espanha, (coord.), (1996); Armindo Monteiro e Oliveira Salazar : correspondência política, 1926-1955, (coord.) (1996); Salazarismo e Fomento Económico, (2000); Portugal Século XX : Pensamento e Acção Política, (2004); Lisboa Revolucionária, Roteiros dos Confrontos Armados no Século XX, (2007); História da Primeira República Portuguesa, (co-coord.), (2010); Salazar e o Poder. A Arte de Saber Durar (2012); Estado Novo e Universidade. A perseguição aos Professores, (co-autor), (2013); O Adeus ao Império. 40 Anos de Descolonização Portuguesa (co-coord.), (2015). Foi deputado à Assembleia da República em 2000 e 2001 e de 2005 a 2010.
Maria Inácia Rezola é doutorada em História pela Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e investigadora do Instituto de História Contemporânea. É Professora Adjunta na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS-IPL), onde coordena a secção de Ciências Humanas e integra o Conselho Científico do Doutoramento em Ciências da Comunicação (ISCTE-ESCS).
Da sua produção bibliográfica destacam-se os livros Melo Antunes, uma biografia política; 25 de Abril – Mitos de uma Revolução; Os Militares na Revolução de Abril. O Conselho da Revolução e a Transição para a Democracia em Portugal (1974-1976); António de Spínola; O Sindicalismo Católico no Estado Novo; e a coordenação das obras O Longo Curso – estudos em homenagem a José Medeiros Ferreira (com Pedro Aires Oliveira), Democracia, Ditadura, Memória e Justiça Política (com Irene Pimentel). Foi ainda cocoordenadora de Dicionário de História de Portugal – o 25 de Abril e organizadora de Obras escolhidas de José Medeiros Ferreira e Portugal Contemporâneo – História Política e Institucional.
Francisco Bairrão Ruivo (Lisboa, 1981) é investigador integrado do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Licenciado em História e Doutorado em História Contemporânea pela FCSH/UNL, a sua tese, intitulada Spinolismo: viragem política e Movimentos Sociais, foi galardoada com o Prémio Fundação Mário Soares-EDP 2014 e publicada em 2015 como título Spínola e a Revolução. Do 25 de Abril ao 11 de Março de 1975. Tem participado em vários projetos de investigação, de cinema e televisão, na organização de exposições, em trabalho junto do público escolar, e tem no processo revolucionário português uma das principais áreas de investigação. Desde 2019 que trabalha no Museu do Aljube Resistência e Liberdade.
Maria Alice Samara nasceu em Lisboa, em Abril de 1974. Doutorada em História Institucional e Política Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, professora e investigadora do Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa / IN2PAST — Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território. Tem trabalhado temas relacionados com a história da I República, sociabilidade e cultura políticas, bem como questões de género. Mais recentemente, relativamente ao período do Estado Novo, dedicou-se a estudos sobre a Resistência, espaço e memória.
Miguel Cardina é investigador auxiliar do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Coordenou, até janeiro de 2023, o projeto de investigação «CROME – Crossed Memories, Politics of Silence. The Colonial-Liberation Wars in Postcolonial Times», financiado pelo Conselho Europeu para a Investigação. É autor ou co-autor de vários livros, capítulos e artigos sobre colonialismo, anticolonialismo e guerra colonial; história das ideologias políticas nas décadas de 1960 e 1970; e dinâmicas entre história e memória.
Sónia Vespeira de Almeida é antropóloga e Professora Auxiliar no Departamento de Antropologia – FCSH – Universidade Nova de Lisboa. Investigadora integrada no CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia – desde 2008, é atualmente Vice-Presidente desta Unidade de Investigação. Integra também a Direcção do Laboratório Associado IN2PAST. Obteve o seu doutoramento no ISCTE com uma investigação sobre as Campanhas de Dinamização e Ação Cívica do MFA. Atualmente desenvolve pesquisa nas áreas da antropologia da arte, práticas artísticas contemporâneas, arquivos etnográficos e usos da cultura. É co-directora do tema de investigação “Histoire de l’anthropologie et archives ethnographiques portugaises” de BEROSE. Encyclopédie Internationale des Histoires de l’anthropologie. Tem uma vasta experiência em actividades editoriais. É membro do Conselho Editorial dos Cadernos de Arte e Antropologia (Brasil) e foi membro dos Conselhos Editoriais das seguintes publicações: Análise Social (2015-20), Etnográfica (2009-13), Arquivos da Memória (2007-09), Le Monde Diplomatique. Edição portuguesa (2010-12).
Evento com entrada livre. Sujeita à lotação da sala.