Vidas Prisionáveis – Isabel do Carmo
Dias de solitária que a fizeram ansiar por interrogatórios, cauções pagas e devolvidas depois do 25 de Abril, livros e manuscritos levados pela PIDE. Isabel do Carmo esteve esta tarde no Museu do Aljube, em nova sessão de Vidas Prisionáveis, com Ana Aranha, num Auditório repleto de ouvidos atentos à história e às histórias de uma mulher que assume a participação nas Brigadas Revolucionárias e na luta armada com uma condição: “não matar ninguém. Este sempre foi o princípio. A questão era escolher alvos. E foram quase sempre alvos militares, ligados à Guerra Colonial”.
Diz que teve sempre medo. Como outros tiveram. Mas que, à época, ninguém assumia. Era também a forma de resisitir. Não assumir o medo. Admite que estava disposta a tudo, mesmo a morrer, e que não desistir era um marco de dignidade própria. Não gosta da palavra ‘bombista’, prefere dizer que fez parte da ‘luta armada’ e lembra que a única acusação que alguma vez teve foi de autoria moral de assaltos a bancos.