Cândido Alves Barja
(Castro Verde, 24.04.1910 — Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 26.09.1937)
Cândido Barja, filho de Francisco Alves Barja e de Maria do Rosário Alves, nasceu em Castro Verde, em 1910, era marinheiro e primeiro atirador no navio Bartolomeu Dias.
É um dos participantes na «Revolta dos Marinheiros», levantamento realizado a 8 de setembro de 1936, em que a Organização Revolucionária da Armada (ORA), estrutura ligada ao Partido Comunista Português (PCP), desempenha um papel central.
Será, como tal, entregue no mesmo dia à Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) pelas autoridades da Marinha, acusado de insubordinação e enviado para a Penitenciária de Lisboa dias depois.
É julgado no Tribunal Militar a 13 de outubro e condenado a cinco anos de pena de prisão maior celular, seguidos de dez anos de degredo. Embarcará para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, em outubro de 1936, no primeiro grupo de prisioneiros a ser enviado para o recém-constituído campo prisional.
Dadas as graves carências higiénicas, a generalização das mais variadas doenças, o trabalho forçado, os maus-tratos e a tortura, Cândido Alves Barja acabaria por morrer a 26 de setembro de 1937 com 27 anos. Num espaço de apenas quatro dias, além de Cândido Barja, morreriam no Tarrafal mais cinco presos.