Assassinato de José Dias Coelho
Aquando da exposição realizada aqui no Museu do Aljube em homenagem a José Dias Coelho, Margarida Tengarrinha escreveu-nos assim:
“Quando, no início da noite de 26 de dezembro de 1961, num encontro de rua, um camarada me informou que o Zé tinha sido assassinado a tiro pela PIDE, não consegui acreditar. Disse-lhe que queria vê-lo.
Respondeu-me: «Não podes, o enterro foi hoje, para o cemitério de Benfica». Esse foi o momento terrível e definitivo, sem o último adeus.
A partir desse momento, tomei a resolução de, não o tendo visto morto, não deixar morrer a sua memória.
Esse tem sido um dos objetivos ao longo da minha vida de militante do Partido Comunista Português.
A minha preocupação é a de não deixar morrer a sua memória, de denunciar os crimes da ditadura fascista que esmagou Portugal durante quase meio século, de recordar a corajosa e total entrega dos que lutaram para derrubá-la e, entre eles, o meu companheiro que, nas fileiras de combate do Partido Comunista Português, deu a vida para que «do seu sangue derramado se levantassem as mais copiosas searas».
José Dias Coelho, faleceu #nestedia 19 de dezembro de 1961.