António Dias Lourenço – Fuga de Peniche
#Nestedia 17 de dezembro de 1954 aconteceu uma das mais extraordinárias fugas das prisões do Estado Novo, protagonizada por António Dias Lourenço, dirigente do Partido Comunista Português (PCP), detido no Forte de Peniche.
Preso em 1949, Dias Lourenço passou por Caxias e pelo Aljube antes de dar entrada em Peniche, no dia 5 de agosto de 1953. Ali, eram comuns os castigos aos presos, colocados por longos períodos no “Segredo”, um pequeno espaço sem luz, localizado junto à muralha. Foi durante um desses castigos que Dias Lourenço pôs em marcha o plano de fuga, cortando a almofada inferior da porta do «Segredo» com uma faca. Os 15 dias de castigo não seriam, no entanto, suficientes para terminar a empreitada e Dias Lourenço fez por lá voltar. Na noite de 17 de dezembro de 1954 concluiu a tarefa de cortar o postigo. Saiu para o exterior e com corda feita de cobertores iniciou a descida para um mar de dezembro, frio e revolto. Problema: a corda de cobertores era demasiado curta e Dias Lourenço deixou-se cair para o oceano. Nadou para terra, com as dificuldades acrescidas pela maré que o empurravam para longe da costa, e graças à solidariedade dos trabalhadores de uma carrinha de peixe, que aceitaram escondê-lo e levá-lo ao Bombarral, saiu de Peniche.
A história de Dias Lourenço foi contada por Luís Filipe Rocha em 1977 no filme “A Fuga” e está contada também na exposição de longa duração do museu.
Imagem: Cartaz do Filme “A Fuga” de Luís Filipe Rocha, 1977