A Batalha
Neste dia, 23 de fevereiro de 1919, era publicado o primeiro número daquele que será o jornal político mais antigo em Portugal, “A Batalha”, que, a partir de setembro, se tornará o órgão oficial da Confederação Geral do Trabalho (CGT), central operária anarcossindicalista.
No seu primeiro número anunciava ao que vinha: “um jornal onde os espezinhados, a cujo número pertencemos, encontrem um defensor apaixonado e a classe poderosa um adversário contumaz das prerrogativas de que goza ilegitimamente”.
Em setembro de 1919, na sequência de um período de grande intensificação das lutas sociais e ainda sob o espectro da Revolução Russa de 1917 e do fim da I Guerra Mundial, seria fundada a CGT. Ao longo da República e da Ditadura Militar, a CGT liderará inúmeras lutas operárias, sofrendo na pele a repressão, prisão e deportação de muitos dos seus militantes.
Já com a Ditadura Militar a publicação de “A Batalha” é interrompida em maio depois de a sua sede ser destruída e saqueada e o equipamento destruído. Durante o Estado Novo, nas décadas de 30 e 40, refletindo o refluxo e perda de capacidade e de influência do anarco-sindicalismo que não consegue adaptar-se às condições da clandestinidade, a frequência de publicação foi reduzida, fazendo-se a partir de tipografias clandestinas
Voltaria a ser publicado após o 25 de Abril pela mão do histórico Emídio Santana. Ao fim de 102 anos continua a sair para as bancas, tendo comemorado em 2019 o seu centenário.
Foto: Primeira página de A batalha : porta voz da organização operária portuguesa / propr. União Operária Nacional. – A. 1, nº 1 (23 fev. 1919) BNP J. 2136 G. [http://purl.pt/24911]