Rui Ricardo Silva
(Lisboa, 19.10.1916 — Lisboa, 10.02.1938)
Rui Ricardo Silva, filho de Francisco da Silva e de Maria Madalena da Silva, nasceu em Lisboa a 19 de outubro de 1916. Era carpinteiro e foi preso pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) a 9 de julho de 1936. O Motivo? «Comunista», lê-se na sua biografia prisional.
A 1 de abril de 1936, fora julgado à revelia em Tribunal Militar Especial e condenado a quatrocentos e oitenta dias de prisão correcional. A 28 de julho de 1936, é transferido para a Prisão de Peniche e a 14 de outubro segue para a Prisão de Caxias. Três dias depois embarcará para os Açores. Encarcerado na Prisão da Fortaleza de Angra do Heroísmo, foi de novo julgado pelo Tribunal Militar Especial em 29 de maio de 1937 e condenado a quatro anos e meio de prisão correcional e mais cento e cinquenta e seis dias da primeira condenação.
Em setembro de 1937, Rui Ricardo Silva pede a sua transferência para o continente por motivos de saúde, o que lhe é negado com a fria justificação: «Da informação médica se depreendia não ser indispensável a transferência.» Fez novo pedido, em dezembro de 1937, que foi «deferido sem dispêndio para a Fazenda Nacional».
Ao que tudo indica já bastante debilitado, dará entrada na Prisão do Aljube a 9 de fevereiro de 1938 para, no dia seguinte, seguir para o Hospital de São José. Morrerá a 10 de fevereiro de 1938 na sequência de maus-tratos e da recusa sistemática das autoridades em prestar-lhe assistência médica. Tinha 21 anos.