Carlos Paredes
#nestedia 26 de setembro de 1958, Carlos Paredes foi preso no seu local de trabalho, acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, ao qual aderira nesse ano e se manteria até ao final da sua vida. É detido no Aljube durante um mês e enviado para Caxias, num total de 15 meses de prisão, antes de ser julgado.
Nasceu em Coimbra, a 16 de fevereiro de 1925 e veio para Lisboa ainda estudante. Entre as aulas de guitarra com o pai, o mestre Artur Paredes, e as aulas de violino e de canto na Juventude Musical Portuguesa, torna-se em 1949, funcionário administrativo do Hospital de São José.
Após a sua prisão é julgado em Tribunal Plenário em 1959 e condenado a 20 meses de prisão e 3 anos de suspensão de direitos políticos, com pena suspensa durante 3 anos. Foi expulso do funcionalismo público.
Durante a sua prisão, a paixão pela guitarra não desvaneceu, contam os companheiros de prisão, que andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música.
Em 1962, é convidado por Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme “Os Verdes Anos”. Paredes contou que a sua inspiração eram «muitos jovens (que) vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas».
O grande mestre da guitarra portuguesa conciliou sempre a luta antifascista com a sua criação artística.