Abílio Augusto Belchior
(Urros, Moncorvo, 01.01.1898 – Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 29.10.1937)
Abílio Augusto Belchior, filho de Maria Joaquina e de Manuel dos Santos Belchior, nasceu em Urros, Concelho de Moncorvo, a 1 de janeiro de 1898 e vivia no Porto onde era marmorista. É nesta cidade que é detido a 2 de janeiro de 1932, “por fazer parte da Confederação Geral do Trabalho”, sendo libertado cerca de um mês depois.
Foi novamente detido a 14 de abril de 1932, acusado de ter participado, com Francisco Alberto, no atentado contra o Adjunto da Polícia Política do Porto, Francisco do Passo, no dia 2 de janeiro. Por parecer do Diretor-Geral da Segurança Pública e concordância do Ministro do Interior foi-lhe fixada residência na Ilha Terceira, nos Açores.
Em 16 de julho de 1932 entrou na Penitenciária de Lisboa, vindo do Porto, ficando a aguardar o embarque para os Açores. Voltou ao Porto em julho de 1933 para ser julgado pelo Tribunal Militar Especial, o que aconteceu apenas em 23 de junho de 1934, sendo condenado a catorze anos de degredo, com prisão, e na multa de 20.000$00.
Da cadeia da Relação do Porto foi transferido para a Prisão do Aljube, em Lisboa, a 19 de março de 1935 e quatro dias depois embarcou no vapor Carvalho Araújo com destino à Fortaleza de Angra do Heroísmo, nos Açores.
A 23 de outubro de 1936 fez parte do primeiro grupo de presos políticos a seguir para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde faleceu a 29 de outubro de 1937, com 39 anos de idade.