Alfredo da Assunção Diniz
(Lisboa, 29.03.1917 — Bucelas, 04.07.1945)
Alfredo Diniz, filho de João Lobato Diniz e Carolina de Assunção Diniz, nasceu em Lisboa em 1917. Na infância vendeu, com o pai, flores de papel na rua. Operário metalúrgico, ingressou, ainda adolescente, nos Estaleiros Navais da Parry & Son, onde, depois de terminar o curso noturno de desenhador, desempenhou funções de traçador naval.
Em 1936, com 19 anos, estava já envolvido nas lutas laborais e aderiu à Federação das Juventudes Comunistas, tendo-se tornado membro do Partido Comunista Português (PCP) e assumido tarefas no Socorro Vermelho Internacional. Em agosto de 1938, foi preso pela polícia por «atividade revolucionária» e condenado a dezoito meses de prisão, cumpridos nas prisões de Caxias e de Peniche. Após a sua libertação, esteve na reorganização do PCP em 1940-1941 e foi responsável pela célula da Parry & Son e pelo Comité Local do partido, em Almada.
Participou ativamente nas greves, manifestações e marchas da fome da primeira metade da década de 1940. Foi no decorrer de muitas destas lutas que se distinguiu pela capacidade de organização e dinamização. Foi um dos impulsionadores do movimento grevista de outubro e novembro na região de Lisboa em 1942. Já como membro do Comité Regional de Lisboa, voltou a ter papel muito ativo nas greves de julho e agosto de 1943 na região de Lisboa, margem sul do Tejo e Ribatejo, na sequência das quais passou à clandestinidade, usando o pseudónimo «Alex».
Ainda em 1943, foi eleito para o Comité Central do PCP, passando a fazer parte do Bureau Político. Fez parte do Comité Organizador das greves de 8 e 9 de maio de 1944, que incidiram particularmente no corredor industrial da margem norte do Tejo e Ribatejo. Em 1945, pouco antes de ser assassinado, foi eleito para a Comissão Política e estaria envolvido na organização das manifestações de celebração do fim da II Guerra Mundial.
Viria a ser assassinado pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) com apenas 28 anos, a 4 de julho de 1945, numa estrada em Bucelas, quando se dirigia de bicicleta para um encontro clandestino. A bicicleta em que seguia terá sido abalroada por uma carrinha e, já no chão, Alfredo Diniz foi alvejado a tiro, sendo depois novamente baleado no interior da referida carrinha e, já morto, deixado na beira da estrada.