Alfredo Dias Lima
(Alpiarça, 1930/1931 — Santarém, 04.06.1950)
Alfredo Dias Lima, filho de Florinda Ferreira Dias e de Domingos de Almeida Lima, nasceu em Alpiarça em 1930 ou 1931, subsistindo dúvidas relativamente à data.
Sabe-se com certeza a data da sua morte: 4 de junho de 1950.
Participava num protesto de trabalhadores e trabalhadoras rurais de Alpiarça, que na «praça de jorna» reivindicavam aumento do salário diário, os homens de 20$00 para 30$00 e as mulheres de 10$00 para 15$00.
Os protestos levaram à intervenção da Guarda Nacional Republicana (GNR), provocando vários feridos. Alfredo, militante do Partido Comunista Português (PCP), tinha apenas 19 anos quando foi atingido pelo tiro de um praça da GNR, acabando por morrer no Hospital de Santarém.
A notícia da morte de Alfredo Dias Lima chegou rapidamente aos órgãos de imprensa e os dois responsáveis pela sua divulgação são presos e um deles torturado. Como era regra nestas situações, a Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) procurou, sem sucesso, evitar mobilizações populares por ocasião do funeral. Alfredo Lima foi assim enterrado no cemitério de Santarém e não em Alpiarça, sua terra natal. Esta vila foi sitiada e ocupada pela PIDE e pela GNR, a tensão foi elevada e vários trabalhadores rurais foram presos.
Após vários domingos de luta na «praça de jorna», as reivindicações foram satisfeitas e conquistados os 30$00 para os homens e os 15$00 para as mulheres.
Um ano volvido, em 1951, três militantes comunistas afixaram no local do assassinato um pano com a inscrição «Rua Alfredo Lima», rapidamente retirado pelas autoridades.
Só em junho de 1974, os restos mortais de Alfredo Lima foram trasladados para o cemitério de Alpiarça. Nessa mesma ocasião, o referido arruamento passava então a ser de facto a Rua Alfredo Lima.