Antenor da Costa Cruz
(Leça da Palmeira, Matosinhos, 05.10.1900 — Funchal, Madeira, 27.05.1948)
Antenor da Costa Cruz, filho de António Ferreira da Cruz e de Amancia Oliveira da Costa Cruz, nasceu a 5 de outubro de 1900, em Leça da Palmeira, Matosinhos. Residia no Funchal, na Ilha da Madeira, onde estava ligado a atividades comerciais e industriais, depois de ter estado emigrado em França.
Com intensa atividade política, Antenor será o responsável pelo Comité Regional do Partido Comunista Português (PCP) na Madeira. Na década de 1930, os comunistas madeirenses desenvolvem muita atividade junto do Socorro Vermelho Internacional (SVI), de apoio aos presos políticos portugueses e aos republicanos espanhóis, e participam em lutas populares como a «Revolta do Leite».
Preso pela primeira vez a 20 de agosto de 1936, na Madeira, para averiguações, é levado para os calabouços da Polícia de Segurança Pública (PSP) no Funchal. Em junho do ano seguinte, Antenor é transferido para a Prisão de Peniche, seguindo dias depois para o reduto norte da Prisão de Caxias.
A 17 de fevereiro de 1938, é transferido para a Prisão do Aljube, em Lisboa, e condenado no Tribunal Militar Especial a uma pena de vinte e três meses de prisão correcional (descontando os quinhentos e quarenta e quatro dias de prisão já cumpridos, a pena fica reduzida a cento e quarenta e seis dias) e à perda de direitos políticos por cinco anos.
A 20 de julho de 1938, é finalmente «restituído à liberdade» e torna a integrar o Comité Regional do PCP, participando ainda na criação do Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Dez anos passados da sua libertação, voltaria a ser preso, no Funchal, a 20 de maio de 1948, para «averiguações sobre atividades subversivas», tal como algumas dezenas de militantes do PCP. No dia 27 de maio de 1948, a sua vida chegava ao fim em resultado das torturas a que fora sujeito. Permanece a dúvida se a morte ocorreu ainda durante os interrogatórios nas instalações da PSP ou já no Hospital da Misericórdia do Funchal.