António Graciano Adângio
(1935 — Aljustrel, 28.04.1962)
António Adângio, mineiro nascido em 1935, foi morto a 28 de abril de 1962 pelos tiros da Guarda Nacional Republicana (GNR) durante uma manifestação em Aljustrel, no Alentejo.
Ainda sob o espectro das grandes lutas e greves ocorridas dois anos antes, nas minas de Aljustrel, cujo aniversário se assinalava, centenas de pessoas saem para a rua a 28 de abril de 1962 gritando contra Salazar e a guerra colonial e por amnistia.
Como manobra de antecipação e com os protestos e manifestações esperados para o 1.º de Maio em vista, a GNR faz uma série de detenções. Um grupo de pessoas, em que se incluía António Adângio, dirige-se então ao posto da GNR de Aljustrel para protestar contra as referidas prisões, exigindo a libertação dos presos.
Durante os protestos, no sentido de desmobilizar a agitação, a GNR abre fogo, primeiro para o ar e depois «em pontaria baixa» em direção aos manifestantes. Dois homens e duas mulheres ficaram feridos com gravidade e Francisco Madeira, de 45 anos, e António Graciano Adângio, militante do Partido Comunista Português (PCP), de 27 anos, são fatalmente atingidos.