António Marques Monteiro
(Luanda, 19.07.1920 — Luanda, 26.07.1967)
António Marques Monteiro, filho de António Monteiro e de Maria da Nazaré Nunes, nasceu em Luanda a 19 de julho de 1920. Morreria cerca de dois anos e meio depois da sua passagem pelo Campo de Trabalho de Chão Bom, designação do Campo de Concentração do Tarrafal depois de reaberto em 1961 para presos africanos ligados às lutas de libertação nacionais.
Depois de concluídos os estudos no seminário, António Marques Monteiro trabalhou no Banco de Angola, em Luanda. Envolver-se-á ativamente na luta pela independência do seu país, ao lado de figuras como o cónego Manuel das Neves ou o padre Joaquim Pinto de Andrade. Militou no Movimento para a Independência de Angola (MIA), organização que viria a integrar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
A 5 de junho de 1959, é preso pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE). Será violentamente torturado e, depois, internado na Clínica Neuro Psiquiátrica de Luanda, seguindo-se a transferência para a Casa de Reclusão (Fortaleza do Penedo).
Será um dos condenados do célebre «Processo dos 50», que envolveu vários nacionalistas angolanos que no final da década de cinquenta desenvolvem importante atividade clandestina no quadro da luta pela independência. Julgados em três processos distintos no Tribunal Militar Territorial de Angola, os nacionalistas foram severamente punidos e enviados para o, entretanto reaberto, Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.
A 25 de fevereiro de 1962, Marques Monteiro segue então para o Tarrafal, onde vê a sua saúde deteriorar-se significativamente. Adoecerá e é já bastante debilitado que é libertado em dezembro de 1964. No entanto, os maus-tratos sofridos e os danos provocados à sua saúde durante a prisão no Tarrafal haviam deixado marcas e precipitariam a sua morte aos 47 anos, no dia 26 de julho de 1967.