António Pedro Benge
(Cabinda, 09.10.1902 — Lisboa, 13.09.1962)
António Pedro Benge, natural de Cabinda, nasceu a 9 de outubro de 1902. Foi um dos cinco nacionalistas africanos a morrer após prisão no Campo de Trabalho de Chão Bom, nome que assumira o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, após a sua reabertura em 1961.
Funcionário nos Serviços de Saúde, Benge esteve na fundação do Exército de Libertação de Angola (ELA). É na sequência da sua atividade neste movimento que será preso a 29 de março de 1959, após a Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) ter intercetado uma série de documentação comprometedora. António Pedro Benge será um dos nacionalistas julgados e condenados no Tribunal Militar Territorial de Angola no célebre «Processo dos 50». Tal como os demais independentistas angolanos, será severamente punido. Condenado pelo Tribunal Militar a dez anos de prisão, Benge é enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal, onde terá chegado já com a saúde muito debilitada pela tuberculose, após a prisão na Casa de Reclusão em Luanda. O seu estado agravar-se-á, já em Cabo Verde, com perturbações mentais e outros problemas de saúde.
No final de agosto de 1962, dado o agravamento do seu estado de saúde, as autoridades – procurando evitar as repercussões que a morte de um preso político africano no Tarrafal inevitavelmente traria – mandam evacuar António Pedro Benge para Lisboa. É internado no Hospital do Ultramar, onde morrerá a 13 de setembro de 1962.