Augusto Costa
(Marrazes, 25.03.1901 — Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 22.09.1937)
Augusto Costa, nascido a 25 de março de 1901, em Marrazes, concelho de Leiria, foi ainda jovem para a Marinha Grande com os pais, Luís da Costa e Maria de Jesus. Destacou-se na criação do Sindicato Vidreiro e nas lutas travadas nos primeiros anos da década de trinta contra a Ditadura Militar e o Estado Novo. Filiado no Partido Comunista Português (PCP), foi o responsável pelo comité do partido na empresa Santos Barosa, onde trabalhava como oficial vidreiro.
Participou na greve geral de 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande, tendo feito a guarda à guarnição da Guarda Nacional Republicana (GNR) detida e ao respetivo sargento comandante.
Falhada a revolta, foi preso a 2 de fevereiro e condenado em Tribunal Militar Especial a cinco anos de desterro, multa e perda de direitos políticos por oito anos. A 8 de agosto desse ano, embarcou para os Açores, onde ficou detido na Fortaleza de Angra do Heroísmo. Requereu uma amnistia em junho de 1936; contudo, a 23 de outubro, seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, no grupo dos cerca de cento e cinquenta deportados que, a 29 de outubro de 1936, inauguraram o também conhecido como «Campo da Morte Lenta».
Viria a morrer a 22 de setembro de 1937, onze meses depois de ter chegado ao Tarrafal, em resultado das terríveis condições ali encontradas, das torturas, das doenças e da crónica falta de assistência médica. Tinha 36 anos.