Casimiro Júlio Ferreira
(Lisboa, 04.02.1909 — Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 23.09.1941)
Casimiro Júlio Ferreira, filho de Joaquim Júlio Ferreira e Elvira de Jesus Ferreira, nasceu em Lisboa em 1909, onde residia e trabalhava como funileiro. Terá iniciado a militância política no início da década de trinta, ligando-se ao Partido Comunista Português (PCP). Foi preso pela primeira vez em 1931, acusado de «andar a afixar manifestos comunistas», nomeadamente prospetos de propaganda do jornal clandestino Avante!.
Embora a Polícia de Defesa Política e Social o tivesse considerado «um elemento sem categoria no meio comunista», «um estranho a qualquer organização revolucionária» e até «um completo ignorante em assuntos comunistas», e o restituísse à liberdade poucas semanas depois, Casimiro Júlio Ferreira participaria em Lisboa na preparação da greve geral revolucionária de 18 de janeiro de 1934.
É preso nesse mesmo dia após ter reunido em Xabregas com outros participantes no movimento para preparar ações e ter tido em sua posse engenhos explosivos que não chegaram a ser usados.
Em fevereiro de 1934, foi condenado pelo Tribunal Militar Especial a dez anos de degredo e prisão, seguindo, em setembro desse ano, para Angra do Heroísmo com destino à Fortaleza de São João Baptista.
Dois anos depois, integrou o primeiro grupo de presos políticos do Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, ao ser transferido para o chamado «campo da morte lenta» em outubro de 1936, onde acabaria por morrer no dia 23 de setembro de 1941, com 32 anos.