Estêvão José Dangues Giro
(Alcochete, 1937 – Lisboa, 01-05-1962)
Tipógrafo, natural de Alcochete, onde residia, Estêvão Giro foi assassinado durante a manifestação do 1.º de Maio de 1962 em Lisboa.
Em plena crise académica, o 1.º de Maio de 1962 foi ocasião de uma das mais significativas manifestações contra a ditadura, juntando a mobilização operária e estudantil que irrompe pela Baixa de Lisboa gritando as palavras de ordem «Temos fome!», «Liberdade!», «Abaixo o fascismo!», «Abaixo a PIDE!», «Morra Salazar!».
Os manifestantes concentram-se em vários pontos da cidade e ocorrem distúrbios no Terreiro do Paço, Carmo, Rossio, Martim Moniz ou Alcântara. A repressão será extremamente violenta, combinando a ação de Polícia de Choque, da Guarda Nacional Republicana (GNR), da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) e da Legião Portuguesa, e só pela noite dentro as autoridades conseguem retomar o controlo da situação.
Na zona da Rua da Madalena e do Largo do Caldas, enfrentam-se manifestantes e forças policiais que disparam rajadas de metralhadora. Estêvão Giro, que estaria ligado ao Partido Comunista Português (PCP), é atingido mortalmente pelo fogo policial. Tinha 25 anos.