Fernando Luís Barreiros dos Reis
(Arranhó, Arruda dos Vinhos, 16.11.1950 — Lisboa, 25.04.1974)
Fernando Luís Barreiros dos Reis , filho de Alice e Luís Reis, nasceu a 16 de novembro de 1950 em Arranhó, Arruda dos Vinhos. Com 11 anos, entrou para a Casa Pia, onde estudou até 1967.
Pouco se sabe sobre a vida de Fernando Reis, exceto que, à data da morte, era soldado da 1.a Companhia Disciplinar de Penamacor, unidade historicamente utlizada pelo Estado Novo para punir militares e elementos da oposição acusados de indisciplina.
No dia 25 de Abril de 1974, estaria de licença em Lisboa quando o golpe militar eclodiu, acompanhando nas ruas de Lisboa os principais acontecimentos. Ao fim do dia, uma multidão está concentrada em frente à sede da Direção-Geral de Segurança (DGS) – anteriormente Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) – exigindo a sua ocupação e rendição. Porém, os agentes da ainda polícia política – cuja continuidade estava prevista por António de Spínola que presidia à Junta de Salvação Nacional – recusam render-se.
Já depois da capitulação de Marcelo Caetano no Largo do Carmo, agentes da DGS, a partir das janelas do edifício da sede, dispararão sobre a multidão que enchia a Rua António Maria Cardoso, causando dezenas de feridos e quatro mortos.
Fernando Reis, com 23 anos, pai de dois filhos, foi atingido mortalmente pelas balas da DGS, tendo morrido, ao que tudo indica, no Hospital Militar da Estrela. A identidade dos assassinos é ainda hoje desconhecida.
Em 25 de Abril de 1980, um grupo de cidadãos colocou uma placa junto ao edifício da antiga sede da polícia política em memória das quatro pessoas assassinadas pela PIDE/DGS no dia 25 de Abril de 1974.
Em 2010, seria a vez de a Câmara Municipal de Lisboa ali colocar uma placa assinalando a história do local e evocando as mortes ali ocorridas.