Francisco da Cruz
(Marinha Grande, 25.09.1909 — Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores, 30.07.1936)
Francisco da Cruz, filho de Frutuoso da Cruz e Joaquina Custódia, nasceu a 25 de setembro de 1909 na Marinha Grande, onde residiu e trabalhou como operário vidreiro. «Cobra morta» era a sua alcunha.
Estaria ligado ao Partido Comunista Português (PCP) e participou nos preparativos da greve geral de 18 de janeiro de 1934. Foi detido pela Polícia de Leiria, tendo na sua posse uma espingarda caçadeira e vários cartuchos, e foi entregue à Secção Política e Social da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) em 1 de fevereiro de 1934.
Foi acusado de ter participado nos preparativos do movimento, em especial numa reunião realizada em Casal Galego, e de ter transmitido a grupos de revoltosos a «ordem para retirar para a vila».
Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 19 de fevereiro, reunido na Casa de Reclusão da Trafaria, foi condenado a cinco anos de desterro «em local a fixar pelo Governo», dez mil escudos de multa e perda dos direitos políticos por oito anos.
A 8 de setembro de 1934 embarcou para a Ilha Terceira nos Açores para ser encarcerado na Prisão da Fortaleza de Angra do Heroísmo. Morreu no Hospital Militar de Angra do Heroísmo em 30 de julho de 1936, com 26 anos de idade.