Francisco Madeira
(1921 — Aljustrel, 28.04.1962)
Francisco Madeira foi morto a tiro no dia 28 de abril de 1962 pela Guarda Nacional Republicana (GNR) durante uma manifestação em Aljustrel, no Alentejo, num ano de grande mobilização estudantil e operária e de intensas lutas nos campos do sul.
Ainda sob o espetro das grandes lutas e greves nas minas de Aljustrel dois anos antes, cujo aniversário se assinalava, centenas de pessoas saem para a rua a 28 de abril de 1962 gritando contra Salazar e contra a guerra colonial e por uma amnistia. Um grupo dirige-se ao posto da GNR de Aljustrel para protestar contra as prisões efetuadas tendo em vista os protestos e manifestações que se previam para o 1.º de Maio, exigindo a libertação dos presos.
Durante os protestos, no sentido de desmobilizar a agitação, a GNR abre fogo, primeiro para o ar e depois «em pontaria baixa» em direção aos manifestantes, ferindo com gravidade dois homens e duas mulheres. Francisco Madeira, de 41 anos, e António Graciano Adângio, de 27 anos, foram mortalmente atingidos pelas balas das armas da GNR.