Gervásio da Costa
(Fafe, 02.03.1917 — Lisboa, 07.05.1951)
Gervásio da Costa, «o da Ponte», era filho de José da Costa e de Júlia Fernandes, e nasceu no ano de 1917 em Fafe, onde residia e trabalhava como tecelão na Companhia de Fiação de Tecidos de Fafe. Aos 19 anos, fez parte do grupo de trinta e seis oposicionistas locais presos em outubro de 1936 pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), entre os quais se contava Joaquim Lemos de Oliveira, assassinado na Subdiretoria da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) no Porto em fevereiro de 1957.
Enquanto operário tecelão ligado ao Partido Comunista Português (PCP), Gervásio terá participado na luta e manifestação pelo pão de fevereiro de 1946, ano em que se envolveu no MUD Juvenil (Movimento de Unidade Democrática) e manteve colaboração com a biblioteca clandestina, então criada, que funcionava em várias casas para que não fosse facilmente detetada.
Em 1947, Gervásio da Costa integrava o Comité Local de Fafe do PCP. Preso a 13 de dezembro de 1948 em Fafe, por «atividades subversivas», deu entrada na Subdiretoria do Porto, onde terá sido barbaramente torturado e viu o seu estado de saúde fragilizado pelas péssimas condições prisionais.
Em consequência de tudo isso, dará entrada no Hospital de Santo António no Porto a 21 de março de 1949. Recebeu alta cinco dias depois, regressando à sede da PIDE no Porto. Ao que tudo indica já tuberculoso, saiu em liberdade condicional em 6 de abril do mesmo ano e deu entrada num sanatório em Lisboa, onde viria a morrer a 7 de maio de 1951 com tuberculose e em consequência das torturas sofridas. Tinha 34 anos.