João Lopes Dinis
(Sintra, 1904 — Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 12.12.1941)
João Lopes Dinis, também conhecido como «João da Pedrinha» ou «João da Facadinha», nasceu em Sintra em 1904, filho de Paulina Maria e de Francisco Lopes Dinis. Residia em Lisboa e trabalhava como canteiro.
Integrava a Célula 21 do Comité de Zona n.º 4 do Partido Comunista Português (PCP) e estava envolvido nos preparativos da jornada de luta de 29 de fevereiro de 1932, que previa a deflagração de engenhos explosivos e que acabou por não se concretizar devido à prisão de alguns dos envolvidos. De facto, João Lopes Dinis terá participado com vários camaradas – entre eles Manuel Francisco da Silva, «o Manuel Pedreiro», que morreu em 24 de agosto de 1941, quando cumpria pena na Fortaleza de Angra do Heroísmo – no fabrico de cinquenta e duas bombas.
Semanas depois envolve-se nos preparativos do 1.º de Maio de 1932, participando em experiências com explosivos realizadas na Serra de Monsanto em 17 e 24 de abril, dia em que terá sido preso com vários dos seus camaradas.
O seu processo foi enviado para o Tribunal Militar Especial em 24 de fevereiro de 1933, tendo sido julgado apenas no ano seguinte, em 20 de outubro de 1934, e condenado a dez anos de degredo, com prisão numa das colónias à escolha do Governo. Embora tivesse interposto recurso, a sentença acabou confirmada pelo mesmo Tribunal.
Deu entrada na Prisão do Aljube a 4 de dezembro de 1934 e foi transferido para a Prisão de Peniche em 19 do mesmo mês. Regressou ao Aljube a 20 de março de 1935 para seguir para a Fortaleza de Angra do Heroísmo, nos Açores.
Em Outubro de 1936, João Lopes Dinis integrou a primeira leva de presos políticos que inaugura o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde viria a morrer cinco anos depois, no dia 12 de dezembro de 1941, aos 37 anos.