Joaquim Marreiros
(Lagos, 27-07-1910 – Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 03-11-1948)
Joaquim Marreiros, filho de José Francisco e Maria Teresa Marreiros, nasceu em 1910 em Lagos, no Algarve, e era grumete de manobras no navio Bartolomeu Dias.
Foi acusado de «insubordinação» devido à sua participação na «Revolta dos Marinheiros» de 8 de setembro de 1936, em que se destacam membros da Organização Revolucionária da Armada (ORA), ligada ao Partido Comunista Português (PCP). Nesse mesmo dia, foi entregue à Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) pelas autoridades da Marinha, «recolhendo ao 3.º Posto da 14.ª Esquadra – Mitra», seguindo, dez dias depois, para a Penitenciária de Lisboa.
A 13 de outubro de 1936, é condenado pelo Tribunal Militar Especial a uma pena de quatro anos de prisão maior celular, seguidos de oito anos de degredo.
Em outubro de 1936, embarca para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, inaugurando o chamado «campo da morte lenta» com outros trinta e três marinheiros envolvidos na revolta. Não obstante sofrer de uma úlcera péptica, as autoridades prisionais nunca lhe facultaram qualquer tratamento ao longo dos anos.
É no Tarrafal que, após doze anos de cativeiro em terríveis condições prisionais, acabará por morrer a 3 de novembro de 1948, com 38 anos.