José Lopes
(Lisboa, 20.01.1906 — Coimbra, 1950)
José Lopes, filho do José Lopes e Helena (ou Irene) Rodrigues Chaves, nasceu em Lisboa a 20 de janeiro de 1906. Anarquista, pintor da construção civil, pertencia ao grupo «Os Emancipados» que existiu em Lisboa nos primeiros anos da década de vinte.
Após ter estado envolvido em 1923 na ação bombista contra os juízes do Tribunal de Defesa Social, foi deportado e passou por Angra do Heroísmo, Cabo Verde, Guiné e Timor, que abandonaria em 1933 com Arnaldo Simões Januário, importante vulto do anarquismo que morreria no Tarrafal em 1938.
Por doença contraída durante a deportação, José Lopes passou um período em Lourenço Marques, Moçambique, onde integrou o Comité local da Federação dos Anarquistas Portugueses no Exílio (FAPE).
O regresso à metrópole ocorreu em maio de 1934, sendo preso pouco depois. A 23 de maio de 1935 dará entrada na Prisão do Aljube. «Motivo: anarquista». Transferido para a Prisão de Peniche, foi condenado pelo Tribunal Militar Especial na pena de trezentos dias de prisão correcional e suspensão dos direitos políticos por cinco anos, sendo restituído à liberdade a 11 de julho de 1935.
Terá acompanhado Emídio Santana na preparação do atentado falhado contra Salazar em julho de 1937 e no mês seguinte será preso para averiguações, recolhendo a uma esquadra incomunicável. Seguiu para a Prisão do Aljube, onde baixou à enfermaria.
A 25 de outubro de 1937 foi transferido para a Penitenciária de Coimbra. Cerca de um ano depois, a 22 de setembro de 1938, regressa por alguns dias ao Aljube, seguindo novamente para Coimbra.
A 15 de julho de 1939 foi condenado a dez anos de prisão maior celular seguidos de degredo por doze ou em alternativa a vinte e oito anos de degredo em possessão de primeira classe. Em março seguirá para cumprimento de pena na Penitenciária de Coimbra. Tudo indica que será neste presídio que acabará por morrer em 1950, cerca de treze anos depois de lá ter entrado pela primeira vez em 1937.