Júlio dos Santos Pinto
(Lisboa, 1912 — 05.04.1934)
Júlio dos Santos Pinto, filho de Luís António Pinto e de Ernestina da Conceição, nasceu na Ajuda, em Lisboa, no ano de 1912, e era caldeireiro.
Foi preso pela primeira vez a 6 de setembro de 1932, acusado de «propaganda comunista» e de fazer parte da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas. Integrava o Comité Regional de Lisboa enquanto representante do Comité de Zona n.º 4 e fora nomeado para membro do Secretariado Político das Juventudes Comunistas. Fez parte da Direção do Sindicato Único das Classes Metalúrgicas e do seu Grupo de Defesa Sindical. Esteve envolvido nos preparativos e na celebração da Jornada Internacional das Juventudes Comunistas, que decorreu em Alcântara em 1932, com a realização de um comício- -relâmpago, sendo ele o portador da bandeira comunista que foi hasteada nos fios telefónicos.
Estava preso na Prisão do Aljube quando, em resultado dos espancamentos a que fora sujeito, teve de ser levado para o Hospital de São José no dia 19 de março de 1933, onde ficou internado. A 24 de março, voltaria ao Aljube, mas, no dia seguinte, regressaria ao Hospital de São José, «para tratamento». Estava internado quando, a 16 de dezembro de 1933, foi julgado em Tribunal Militar Especial. A pedido do Ministério Público foi abrangido pela amnistia de 5 de dezembro de 1932 e posto em liberdade imediatamente, facto que foi comunicado pelo Tribunal à Direção dos Hospitais Civis.
Ignora-se se Júlio dos Santos Pinto chegou a ser restituído à liberdade, sabendo-se apenas que acabaria por morrer no hospital no dia 5 de abril de 1934, com 22 anos de idade.