Manuel Augusto da Costa
(São Martinho da Anta, Sabrosa, Vila Real, 21.05.1887 — Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 03.06.1945)
Manuel Augusto da Costa nasceu em 1887 em Sabrosa, Trás-os-Montes, filho de Maria Costa e de pai incógnito. Conhecido como «Manuel da Horta» ou «Manuel da Amora», residia na Amora, concelho do Seixal, e era servente de pedreiro na Fábrica da Pólvora, tendo também trabalhado como servente da indústria vidreira. Foi delegado do Sindicato dos Vidreiros da Amora ao Congresso Operário de 1919 e, em 1920, vai em missão à Marinha Grande.
Militante anarquista e libertário, participou na preparação do 18 de janeiro de 1934, em Almada, enchendo trezentas bombas para utilização durante a greve geral revolucionária. Devido à sua participação no 18 de janeiro, é preso no dia 30 com uma arma e vinte balas, tendo sido ferido no ato da captura.
Foi condenado, em março de 1934, pelo Tribunal Militar Especial a catorze anos de degredo nas colónias, com prisão, ficando à disposição do Governo. Em setembro de 1934, foi deportado para a Prisão da Fortaleza de Angra do Heroísmo, nos Açores. Fez parte do grupo que em outubro de 1936 inaugurou o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde terá integrado a Organização Libertária Prisional do Tarrafal (OLPT).
Com 58 anos, sofrendo de diabetes e bastante fragilizado, morreria a 3 de junho de 1945, depois de ter cumprido trinta dias na «frigideira», punição aplicada pelo teor de uma carta que teria escrito ao filho.