Manuel Fiúza da Silva Júnior
(São João da Ribeira, Viana do Castelo, 26.04.1888 — Porto, 02.03.1957)
Manuel Fiúza da Silva Júnior, militante anarquista e libertário, filho de Manuel Fiúza e Margarida Augusta, nasceu em 1888 em Viana do Castelo, onde trabalhava como estucador, e foi editor de A Voz dos Famintos, quinzenário anarquista que exerceu importante influência doutrinária na região minhota. Mais tarde, terá aderido ao Partido Comunista Português (PCP).
Com a imposição da Ditadura Militar em 28 de maio de 1926, Manuel Fiúza Júnior passou a atuar na clandestinidade. Foi preso a 18 de março de 1949 em Viana do Castelo, depositado na subdiretoria do Porto e restituído à liberdade em julho. Em abril de 1950, é julgado no Tribunal Plenário Criminal do Porto, que o absolveu, decisão confirmada em recurso do Supremo Tribunal de Justiça.
Em 1957, Manuel Fiúza Júnior – pela sua participação na distribuição de manifestos de denúncia da morte, semanas antes, de Joaquim Lemos de Oliveira, também na sede da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) do Porto – é detido pela Polícia de Segurança Pública (PSP), novamente em Viana do Castelo, dando entrada na Delegação do Porto para averiguações por «crimes contra a segurança do Estado».
No dia 2 de março de 1957, perto dos 70 anos, Fiúza Júnior morreu na Delegação da PIDE do Porto, na Rua do Heroísmo, após violentas torturas e vários dias de «estátua». A autópsia terá sido realizada secretamente e os seus resultados ocultados.
A morte de Manuel Fiúza Júnior, bem como a de Joaquim Lemos de Oliveira, suscitará vários protestos e campanhas para um inquérito às condições dos interrogatórios e às causas das mortes dos dois homens.