Paulo José Dias
(Lisboa, 24.01.1904 — Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 13.01.1943)
«Elemento de absoluta confiança dos marxistas espanhóis», lê-se na ficha prisional de Paulo José Dias, fogueiro marítimo que terá tido ligações aos meios libertários e ao Partido Comunista Português (PCP). Filho de José Paulo Dias e de Maria Picôto Dias, Paulo José Dias nasceu a 24 de janeiro de 1904 em Lisboa, onde residia.
Foi preso a 7 de julho de 1939, «para averiguações», recolhendo à Prisão do Aljube. Dias depois, a 22, foi transferido para o reduto norte da Prisão de Caxias.
Por despacho do diretor da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), Agostinho Lourenço, de 29 de fevereiro de 1940, foi determinado que se mantivesse em prisão preventiva, devendo ser transferido para Cabo Verde até se esclarecer a situação internacional. Foi então enviado para a 1.ª Esquadra, a 4 de junho de 1940, e, novamente, para o reduto norte de Caxias a 7 de junho de 1940. Ainda de acordo com o que está escrito no Registo Geral de Presos da PVDE, Paulo José Dias era «possuidor de uma credencial passada a seu favor pelo Comité Executivo da União Geral dos Trabalhadores de Barcelona».
Embarcou a 21 de junho de 1940 para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde viria a morrer tuberculoso, dias antes de completar 39 anos, a 13 de janeiro de 1943, após quatro meses acamado e de grande sofrimento.