Raul Alves
(Vialonga, Vila Franca de Xira, 09.03.1914 — Lisboa, 31.07.1958)
Raul Alves, filho de José Alves e Mariana da Assunção, nasceu a 9 de março de 1914 em Vialonga, Vila Franca de Xira. Militante do Partido Comunista Português (PCP), era operário soldador da Companhia Industrial Portuguesa, em cujo bairro vivia na Póvoa de Santa Iria.
Raul Alves é detido a 16 de julho de 1958 por atividades subversivas, na sequência da greve e das manifestações promovidas pelos trabalhadores da Companhia Industrial Portuguesa contra a burla eleitoral no mês anterior. É levado para a Prisão de Caxias e seguirá, a 25 de julho, para a Prisão do Aljube para a fase de interrogatório. É durante este período que será assassinado, com 44 anos.
No dia 31 de julho, após ter sido torturado, Raul Alves é lançado do 3. ° andar da sede da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, por agentes daquela polícia.
À imagem de outros casos, a PIDE afirmará ter-se tratado de um suicídio. Segundo a versão de alguns dos seus agentes e funcionários, fora o desespero a levar Raul Alves a lançar-se pela janela do terceiro andar.
Porém, várias pessoas terão visto um homem pendurado na parte de fora de uma das janelas que, entre gritos lancinantes, acabou por cair. Uma das testemunhas, a mulher do embaixador do Brasil, denunciou o assassinato ao cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira. O Ministério do Interior ter-lhe-á comunicado: «Não há motivo para ficar tão impressionada. Trata-se apenas de um comunista sem importância.»