CICLO DE CINEMA | Natal 71 & Deus Não Quis
Um breve panorama da multiplicidade de abordagens cinematográficas à guerra colonial portuguesa. Um documentário dá acesso a memórias de quem em Angola esteve do outro lado da guerra que a exposição Guerra Guardada aborda. A essa produção angolana recente, juntam-se duas produções portuguesas com mais de 10 anos. Um documentário para televisão sobre a circulação de mensagens de e para soldados nos diferentes territórios, e uma curta de ficção remetendo para impactos sociais da guerra através da cultura popular, que estreou em sala.
25 de fevereiro, 16h, Sessão total: 67’
Natal 71(52’), Margarida Cardoso, 2000
Natal 71 foi um disco oferecido aos militares em guerra nas colónias portuguesas em África nesse mesmo ano. Cancioneiro do Niassa tornou-se numa cassete áudio, gravada clandestinamente por militares ao longo dos anos de guerra, em Moçambique. A cassete é uma voz de revolta, o disco uma peça de propaganda nacionalista. Ambos são memórias de uma ditadura fascista. Memórias de um país fechado do resto do mundo, pobre e ignorante, adormecido por uma propaganda que tentava esconder todos os conflitos internos, e que impedia de pensar e de reconhecer a natureza repressiva do regime em que se vivia. O documentário parte das memórias familiares da realizadora, para refletir sobre o país em que cresceu.
+ info: http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/2074/Natal+71
excerto: https://www.youtube.com/watch?v=ni5YDhqqqlk
Deus Não Quis (15’), António Ferreira, 2007
Deus Não Quis é baseado na dramatização dos versos da canção popular Laurindinha. É a história de Ramiro, um rapaz, que parte para a Guerra Colonial; do seu regresso e do desencontro com o amor da sua vida – Laurinda. Um filme que se apropria da cultura popular portuguesa, para pensar cinematograficamente alguns dos impactos sociais incrustados no país de uma longa e longínqua guerra.
+ info: https://pngpictures.com/png/site/web/pt/filmes/curtas/deusnaoquis
trailer: https://vimeo.com/personanongrata/dnqtrailer